Apresentação
A relação entre cultura e formação cidadã e o seu papel na luta contra as mais variadas formas de vulnerabilidade social (violência, discriminação, dentre outras) é uma questão que o Brasil enfrenta há décadas. A integração da cultura com as demais políticas sociais é uma experiência recente na história do país e que necessita ser constantemente aperfeiçoada.
No Brasil, o acesso à arte é muito desigual e dados mostram uma realidade pouco favorável para o brasileiro. De acordo com o Anuário de Estatísticas Culturais do País de 2015, divulgado pelo Ministério da Cultura, apenas 21,9% dos municípios brasileiros têm, ao menos, um museu ou ponto de acesso às exposições de artes visuais. Mesmo considerando o terceiro lugar do ranking nacional, a grande maioria dos capixabas ainda estão bem distantes de acessar contato com a arte. Considerando a realidade dos moradores do Espírito Santo, em especial aqueles residentes em áreas de vulnerabilidade social, o acesso é ainda mais restrito.
O projeto "Natureza Itinerante na Comunidade", ação do Museu Natureza Itinerante (também conhecido como MUNI), que já sensibilizou mais de 4.000 pessoas desde a sua primeira edição realizada em 2019, traz a promoção cultural por meio das artes visuais. Trata-se de uma proposta real de democratização cultural na medida em que oferece o acesso à cultura de maneira responsável, gerando a oportunidade de contato com a arte e com os conceitos de Educação Patrimonial Ambiental, além de apoderar essas comunidades, em especial as crianças e adolescentes, de senso cognitivo para integrar um novo olhar ao seu modo de ver e perceber o mundo.
Nesta edição, o projeto trará uma exposição fotográfica contendo imagens do patrimônio cultural material natural capixaba localizados em Vila Velha/ES, trazendo um pouco do resgate histórico de cada espaços, que possuem relevância socioambiental e de grande valor cultural para o município e suas comunidades.