Garantir a proteção do nosso Patrimônio Cultural, que engloba o Material, Natural e Imaterial, tem sido um desafio daqueles! Boa parte das dificuldades advém da falta de pertencimento da própria população que possui pouca ou quase nenhuma informação sobre a salvaguarda destes importantíssimos bens locais. Tudo o que é considerado Patrimônio Cultural Brasileiro reflete a diversidade e riqueza histórica e arquitetônica de um lugar/povo. O conceito de patrimônio engloba bens tangíveis como edifícios, monumentos, sítios arqueológicos, objetos e obras de arte, além dos saberes e modos de vida de uma determinada sociedade.
Pensando levar ao conhecimento de todos informações acerca do Patrimônio de Cachoeiro de Itapemirim, o Museu Natureza Itinerante lançou o projeto "Natureza Itinerante na Comunidade: Patrimônio Cultural e Natural - Memórias e Histórias", que consiste em uma exposição fotográfica e realização de oficinas criativas e palestras que versam sobre alguns dos principais ícones do patrimônio cachoeirense.
Quem conhece preserva! A partir dessa premissa, acreditamos que a difusão dos bens patrimoniais por meio das artes visuais seja uma estratégia para o fomento de conhecimento e sensibilização de pessoas em prol da preservação desses espaços. Abaixo, listamos alguns outros motivos pelos quais é essencial atuarmos nesta meta de proteção:
- Preservar a identidade cultural de um povo: O patrimônio ajuda a formar e preservar a identidade coletiva de uma nação. Ao cuidar dos bens históricos, o Brasil mantém vivas as tradições, os conhecimentos e as memórias que constituem a essência de sua cultura.
- Incentivar a permanência da memória histórica: O patrimônio permite que as gerações futuras compreendam o passado do país. Monumentos históricos, como o Palácio Bernardino Monteiro, Casa da Cultura Roberto Carlos, Museu Domingos Lage, dentre outros, ajudam a contar a história de Cachoeiro desde o século passado até os dias atuais.
- Promover educação e pesquisa: defender a permanência do patrimônio serve como fonte de estudo e pesquisa em diversas áreas do conhecimento, como história, arqueologia, antropologia, arquitetura e arte. O patrimônio também é um celeiro de oportunidades educacionais que contribuem para o entendimento de nossa sociedade e do desenvolvimento ao longo do tempo.
- Subsidiar a valorização da diversidade: O Brasil é um país de múltiplas culturas e etnias, e seu patrimônio reflete essa diversidade.
A exposição acontecerá dentro da programação da Bienal Rubem Braga, na Casa da Memória de Cachoeiro, entre os dias 23 a 27 de Outubro de 2024.
O projeto Museu Natureza Itinerante na Comunidade “PATRIMÔNIO CULTURAL E NATURAL: MEMÓRIAS E IDEIAS” tem como objetivo despertar os olhares para a preservação dos monumentos naturais e culturais, tais como, espaços e edificações que registrem a história de Cachoeiro de Itapemirim tendo em vista o fortalecimento da identidade cultural.
EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA - "NATUREZA ITINERANTE NA COMUNIDADE"
Data: 23 a 26 de outubro de 2024 – Horários: 13h às 21h
Data: 27 de outubro de 2024 – Horários: a partir das 13h
Local: Espaço de Convivência Sesc – 2º piso
PALESTRA
26/10 - QUINTA-FEIRA
13h: “Patrimônio Cultural e Natural – Memórias e Histórias” com o lançamento do vídeo Ruínas Capixabas e Raízes e Tradições
OFICINA DE ARTE E ECOIDEIAS
26/10 - QUINTA-FEIRA
14h: Oficina de artes visuais “Ecoideias”
Prioritário: Participantes da 9° Bienal Rubem Braga e Moradores de Cachoeiro de Itapemirim / ES.
EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA
Chamamos de patrimônio cultural todo bem a que são atribuídos sentidos e significados que o tornam referência para um grupo social, que com ele se identifica. Ao ser reconhecido como patrimônio, um bem torna-se um elo entre passado e presente. Todo patrimônio, portanto, tem uma forte carga simbólica, que produz um sentimento de pertencimento no hoje.
O município de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, possui algumas leis que tratam do patrimônio material, como a Lei nº 5.484 de 2003 e a Lei Ordinária 8.119 de 2024, que visa a preservação dos espaços naturais e construídos do município, como os patrimônios históricos, culturais e ambientais do município.
POR DENTRO DE ALGUNS BENS DO PATRIMÔNIO DE CACHOEIRO
A água é um bem indispensável para a manutenção da vida. Não à toa, os rios são verdadeiras pérolas do patrimônio natural, essenciais para a sobrevivência da população, especialmente aqueles que subsistem dele, como pescadores, empreendedores que usam o recurso hídrico, dentre outros.
"Se algo for por água abaixo, não desvie sua correnteza, pois é da foz de rios que nascem belas cachoeiras" disse, certa vez, o poeta anônimo. A importância dos rios é imensurável e, não à toa, o Rio Itapemirim e a sua grande bacia hidrográfica integra parte do Patrimônio Natural de Cachoeiro.
A força que vem do Itapemirim e irradia pelos outros rios que compõem a sua bacia, repercute no atendimento à uma população estimada de 522.932 habitantes. As nascentes localizam-se na região do Parque Nacional do Caparaó e na Serra de São Domingos, próximas à divisa dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais. São muitos municípios que dividem o bônus desse patrimônio: Alegre, Atílio Vivácqua, Cachoeiro de Itapemirim, Castelo, Conceição de Castelo, Ibitirama, Irupi, Jerônimo Monteiro, Muniz Freire e Venda Nova do Imigrante em sua totalidade, e parcialmente os municípios de Ibatiba, Iúna, Muqui, Itapemirim, Marataízes, Presidente Kennedy e Vargem Alta, além de uma pequena porção do município mineiro de Lajinha/MG.
Uma vez bem de alto valor, o Rio Itapemirim merece atenção e cuidados. Assim, a sua gestão é coletiva e, por possuir diversos usos, é essencial que haja um compromisso de todos em garantir a saúde de suas águas, proteção da biodiversidade bem como a sua disponibilidade de fornecimento hídrico de forma consciente, para as atuais e próximas gerações.
Decreto nº 1703-R/2006 - Patrimônio Natural / Comitê de Bacia
Lei nº 9.433/1997 - Lei das Águas
Constituição Federal 1988 - Art. 225
O Pico do Itabira é uma belíssima rocha de granito, com aproximadamente 700m de altura, de formato bem vertical. Por esta razão, as tribos indígenas pertencentes aos puris que um dia habitaram a região, o nomearam de “Pedra Empinada” que, em tupi-guarani, significa “Itabira”.
A paisagem do MONAI - Monumento Natural do Itabira, possui grande riqueza em termos de geodiversidade e de beleza cênica, o que favorece o seu papel de Patrimônio Natural na promoção dos cuidados com a natureza, no incentivo à escalada, no fomento às trilhas ecológicas ou mesmo no incentivo à realização de passeios com amigos e familiares.
A área do Itabira também é um bairro do município e possui uma comunidade de moradores que prezam pela preservação do local e oferecem serviços alusivos ao turismo de base comunitária.
Apesar de ser um patrimônio que necessita de proteção, o Monumento Natural do Itabira pode coexistir com propriedades públicas e privadas, atividades socioeconômicas rurais e áreas de interesse para a proteção do patrimônio natural e histórico-cultural, desde que se cumpra o que preconiza o seu decreto, que prevê a conservação dos recursos naturais associada às condições de ocupação humana que se estabelecem em seus limites e aos princípios constitucionais que garantem o direito à propriedade privada, visando sobretudo, a proteção dos atributos naturais existentes.
Lei Municipal n.° 5.484/2003 - Patrimônio Natural
Uma casa verdinha e formosa não passa desapercebida! Ainda mais quando descobrimos que moradores ilustres já moraram ali. A Casa dos Braga foi residência da família de Rubem Braga, considerado o maior cronista do século XX. Ali viveram: o seu pai, o primeiro prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, coronel Francisco de Carvalho Braga, sua mãe, Rachel Coelho Braga, e os irmãos mais novos, Newton, Jerônimo, Carmosina, Armando, Yedda e Anna Graça.
Em 1985, a construção foi tombada pelo Conselho Estadual de Cultura e, dois anos mais tarde, tornou-se um Centro Cultural, reaberto à visitação visando a proteção da memória do escritor, além da promoção turística e cultural com a realização de eventos públicos como saraus e lançamentos literários.
Ao visitar o casarão, temos a sensação que voltamos ao início do século passado, ao nos depararmos com belos lustres de cobre e móveis de madeira com marchetaria. Ao olhar pela janela, contemplando a natureza por meio de belas árvores no quintal, sobretudo o pé de fruta-pão, citado em uma de suas crônicas.
Localizada bem no centro do município, a Casa dos Braga possui acervo com documentos, imagens, livros, obras de arte e mobiliários do princípio do século XX, doados pela família e concentra, ainda, uma seção de pesquisa, com um minimuseu. O visitante tem acesso a publicações antigas, objetos, pinturas, desenhos, fotos de Rubem e da família, além de sua inseparável Olivetti e manuscritos do poeta e jornalista Newton Braga.
Resolução nº 009/1996 - Patrimônio Cultural
Sede: Rua Vinte e Cinco de Março, n.° 166 - Bairro Centro
O Centro Operário e de Proteção Mútua foi fundado em 13 de janeiro de 1907, tendo sido idealizado pelo operário Athanagildo Francisco Araújo, visando a defesa dos direitos, garantias individuais dos trabalhadores e lhes oferecer serviços importantes, como educação e saúde. Atualmente, no local, são oferecidos cursos e oficinas artísticas.
Resolução nº 001/1996 - Patrimônio Cultural
Sede: Rua Vinte e Cinco de Março, n.° 171 - Bairro Centro
O belo imóvel, construído em 1920 em estilo colonial, reúne cerca de 15 mil títulos, dentre obras literárias e enciclopédias, coleções, livros didáticos, revistas e periódicos que compõem o setor de pesquisa. A Casa da Memória integra a rede de patrimônio material e é uma grande referência para a formação cidadã.
Resolução nº 007/1996 - Patrimônio Cultural
Sede: Rua Vinte e Cinco de Março, n.° 106 - Bairro Centro
A casa onde o cantor e compositor Roberto Carlos Braga nasceu e passou seus 13 primeiros anos de vida apresenta a arquitetura original e uma parte da história do maior artista da Música Popular Brasileira. Atualmente o espaço, denominado de Casa de Cultura Roberto Carlos, possui um acervo de fotos, discos, quadros e instrumentos musicais que fizeram parte da trajetória do cantor, recebendo, anualmente, milhares de fãs, curiosos e admiradores do Brasil e do mundo.
Ao longo dos anos, o espaço tem sido utilizado para eventos culturais e oficinas de música. O visitante entra em contato com o piano que Roberto fazia aulas quando criança e o aparelho da Rádio Cachoeiro, onde o músico cantou pela primeira vez em um programa infantil quando tinha apenas nove anos.
Todos os anos a cidade de Cachoeiro comemora o aniversário de Roberto Carlos, no dia 19 de abril, contando com uma ampla programação artística, sempre aberta ao público. O museu também conta em seu pavimento superior com o Cantinho do Artesão, sede da Associação dos Artesãos de Cachoeiro de Itapemirim e oferece diversos produtos artesanais em pedra, contas, madeira, tecido, além de doces, pães caseiros e compotas. Tanto a Casa quanto o Cantinho do Artesão funcionam na parte da tarde.
Lei Municipal n.° 5.484/2003 - Patrimônio Cultural
Sede: Rua João de Deus Madureira, n.º 13 - Bairro Recanto
Considerado o primeiro centro comercial do município, foi construído em 1937 à moda art decò. Anos mais tarde, foi revitalizado passando a abrigar o mercado de hortifrutigranjeiros, bares e pequenos pontos de vendas de produtos variados. Em sua lateral há uma praça onde há pequenas intervenções artístico culturais durante o ano.
Resolução nº 005/1996 - Patrimônio Cultural
Sede: Rua Costa Pereira, n° 119 - Bairro Centro
A Sociedade Musical Lira de Ouro foi tombada como um Patrimônio Material por sua importância cultural para a cidade. Pela Lira já passaram vários talentos. Os músicos que compõem a lira ainda se reúnem com frequência, realizando atividades culturais para, assim, não deixar morrer este projeto secular.
Resolução nº 003/1996 - Patrimônio Cultural
Sede: Rua Costa Pereira, n° 64 - Bairro Centro
Inaugurado em 1913, o palácio abrigou o primeiro grupo escolar do sul do Estado e o segundo do Espírito Santo. Formou alunos, com ensino de qualidade, por quase um século. A belíssima construção de estilo eclético fica na Praça Jerônimo Monteiro e abriga, atualmente, a sede da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, além da Sala de Exposições Levino Fanzeres, Biblioteca Municipal, Instituto Histórico e Geográfico de Cachoeiro e do Arquivo Público Municipal de Cultura – Sala Evandro Moreira. Uma galeria de fotos dos ex-prefeitos de Cachoeiro é outro atrativo.
A história do Palácio Bernardino Monteiro é fascinante, especialmente se explorarmos não apenas a cronologia da instituição, mas também a história da educação do início do século XX, com suas memórias deixadas através dos registros em diários escolares, histórias pessoais além do impacto gerado na sociedade cachoeirense ao longo dos anos.
Seu nome presta uma homenagem ao antigo Governador do estado, Bernardino de Souza Monteiro e, em agosto de 2024 foi entregue à população totalmente reformado. O palácio está pronto para continuar exercendo a sua função de formação cidadã pelos próximos anos.
Lei Municipal n.º 5.484/2003 - Patrimônio Cultural
Bem tombado também pelo Estado do Espírito Santo (proc. 01/85 )
Sede: Praça Jerônimo Monteiro - Bairro Centro
Também conhecida como Ponte de Ferro, este relevante patrimônio de Cachoeiro, ligava Vitória a Cachoeiro. Inaugurada em junho de 1910, contou com a presença do Presidente Nilo Peçanha. Na época a estrada de ferro pertencia à Leopoldina Railway. Hoje, adaptada para o fluxo de veículos, é um dos principais pontos turísticos da cidade.
Lei Municipal n.° 5.484/2003 - Patrimônio Cultural
Sede: Centro
Também conhecida como Ponte dos Arcos, está localizada sobre o rio Itapemirim, na parte final da cidade. Foi construída em 1955 pelo Prefeito Nelo Borelli e tem o nome de Francisco Alves de Athayde, vice governador do Estado do Espírito Santo. Seu apelido foi dado pelo povo, em razão de sua arquitetura ser em forma de arcos..
Resolução n° 004/1996 - Patrimônio Cultural
Sede: Permite acesso ao Bairros Arariguaba e Coronel Borges
Fundada em 1908, a Loja Maçônica Fraternidade e Luz, patrimônio material do município, vem preservado as mesmas características em sua fachada e parte interna, de quando foi criada. Além disso, tem sido um centro de franca atividade social, cultural, beneficente, atuando de forma relevante, sediando inclusive as instalações do Colégio Guimarães Rosa.
Resolução 002/1996 - Patrimônio Cultural
Sede: Rua Vinte Cinco de Março, n.º 100 - Bairro Centro
O Conservatório de Música de Cachoeiro de Itapemirim nasceu em 14 de abril de 1947 do pioneirismo e ideal de uma grande pianista, a Sra Maria do Carmo de Oliveira Braga, conhecida como Carminha. Por ali passaram vários músicos de renome, inclusive o cantor e compositor Roberto Carlos, filho ilustre da "terrinha".
Lei Municipal n.° 5.484/2003 - Patrimônio Cultural
Sede: Av. Dr. José Paes Barreto, 15 - Bairro Centro
O clube foi fundado no ano de 1900, por um grupo formado por cidadãos que curtiam a caça e o carnaval como lazer. A caça foi proibida mas o clube não cessou as suas atividades e continuou sediando reuniões diversas como: encontros de caráter social, cultural, esportivo, beneficente e educacional e o concorrido Baile de Gala.
Lei Municipal n.° 5.484/2003 - Patrimônio Cultural
Sede: Rua Costa Pereira, n.° 21 - Bairro Centro
“A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores, o mesmo jardim. Tudo é igual, mas estou triste, porque não tenho você perto de mim…”. Essa famosa marchinha criada por Carlos Imperial, faz referência à Praça Jerônimo Monteiro e o seu chafariz, local preferido para flerte dos jovens do início do século passado, quando realizavam os antigos passeios noturnos (footing).
Lei Municipal n.º 5.484/2003 - Patrimônio Cultural
Sede: Praça Jerônimo Monteiro - Bairro Centro
A história deste importante Patrimônio Material cachoeirense inicia em 1854, com a doação de um terreno do Barão de Itapemirim, para a construção da primeira capela da cidade. Reza a lenda que ela foi construída de frente para o Itabira e no formato de um forte devido ao medo dos ataques dos puris. Além de símbolo de fé, é um ponto turístico bem visitado.
Lei Municipal n.º 5.484/2003 - Patrimônio Cultural
Sede: Rua Padre Melo, nº 39 - Bairro Independência
A antiga Estação Ferroviária, o Museu Ferroviário Domingos Lage mantém as características originais da construção de 1903. O local abriga registros da história do município com a ferrovia, tendo como atração principal um torno de fabricação inglesa datado de 1930. O segundo andar é dedicado a exposições temáticas e calendário de ações culturais do município.
Lei Municipal n° 5.484/2003 - Patrimônio Cultural
Sede: R. Cel. Francisco de Braga, n° 71 - Bairro Guandú